sábado, 6 de outubro de 2012

O Sobejo da Vida

J. Norinaldo.

Quem se farta e se conforma com o sobejo da vida, não merece os espinhos que feriram seus pés, quem nunca plantou uma rosa e nem desenhou uma flor, quem nunca admirou uma estrela não sabe o que é o amor. 

Quem passou pela estrada apressado, muitas vezes sem saber aonde ia, se abrigando na sobra da torre do castelo de quem não devia; se curvando aos senhores das corr
entes de ouro, cujo tesouro de ambição e desejo, lhe propicia o sobejo em que se farta em banquete. 

Quem remenda seus trapos com retalhos do manto, como feridas deixadas por alguma peste, mostrando aos outros que são mais importantes, os remendos que as suas vestes. 

Quem se farta com o sobejo da vida, não degusta jamais o banquete sonhado, que além de sobejo nunca está quente, por que terá sempre que ser requentado.

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